DATA
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ATIVIDADE
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LOCAL
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16
Setembro 2012
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Conselho
Diocesano
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Seminário de Leiria
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10/11
Novembro 2012
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Seminário
Nacional
|
Albergaria-a-Velha
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25
Novembro 2012
|
Tarde
de Reflexão
|
Seminário de Leiria
|
15
Dezembro 2012
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Encontro
Inter-Diocesano de Jovens
|
(Santarém)
|
22
D
|
Encontro
Diocesano de Crianças
Ceia
de Natal
|
Barreira
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12/13
Janeiro 2013
|
Curso
Nacional de Animadores
|
Albergaria-a-Velha
|
26
Janeiro 2013
|
Encontro
Inter-Diocesano
|
Fátima
|
2
Fevereiro 2013
|
Conselho
Permanente
|
Viseu
|
16/17
Fevereiro 2013
|
Retiro
Inter-Diocesano
|
Fátima
|
22
a 24 Fevereiro 2013
|
Retiro
Nacional
|
Mira
|
10
Março 2013
|
Tarde
de Reflexão
|
Seminário de Leiria
|
23/24
Março 2013
|
Curso
Inter-Diocesano de Jovens
|
(Portalegre)
|
13
Abril 2013
|
Retiro
Inter-Diocesano de Jovens
|
Seminário de Leiria
|
18
Maio 2013
|
Encontro
Diocesano de Crianças
|
Freixianda
|
31
Maio, 1/2 Junho 2013
|
Festa
da Fé
|
Leiria
|
16
Junho 2013
|
Encontro
para os participantes à
Assembleia
Nacional de Delegados
|
Seminário de Leiria
|
13/14
Julho 2013
|
Jornadas
(Assembleia
de Delegados, Encontro Nacional da ACR,
50 anos
do Mundo Rural)
|
Braga
|
28/29
Setembro 2013
|
Conselho
Nacional
|
Fátima
|
5 Outubro
2013
|
Conselho
Diocesano
|
Seminário de Leiria
|
ACR Leiria - Fátima
Este é o espaço da ACR de Leiria-Fátima. Somos um grupo de leigos que segue Deus em conjunto com a hierarquia da Igreja Católica. Pretendemos com este espaço dar a conhecer o nosso trabalho, actividades, convívios. Sê bem vindo... E participa neste desafio... ;)
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Plano de Atividades 2012/2013
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
"O Tesouro da Fé, Dom para Todos" (Nota Pastoral de D. António Marto)
O Santo Padre Bento XVI
proclamou um “Ano da Fé” para toda a Igreja, precisamente na altura em que nós
completamos o percurso do Projeto Pastoral traçado pelo Sínodo Diocesano para
um período de seis anos, a que acrescentámos mais um. Assim, para o ano de
2012/2013 decidimos acolher, com grande alegria e plena disponibilidade, a
proposta do Santo Padre. Nesta Nota Pastoral apresento à Diocese o horizonte e
as linhas de ação para o ano que agora iniciamos.
1. O anúncio do Ano da
Fé
Eis os termos em que o
Ano da Fé foi anunciado pela primeira vez, pelo Papa, no dia 16 de outubro de
2011: “Precisamente para dar renovado impulso à missão de toda a Igreja de
conduzir os homens fora do deserto, em que muitas vezes se encontram, para o
lugar da vida, para a amizade com Cristo que dá a vida em plenitude, desejo
anunciar nesta celebração eucarística que decidi proclamar um Ano da Fé. Este
Ano da Fé começará em 11 de outubro de 2012, no 50.º aniversário da abertura do
Concílio Vaticano II, e terminará em 24 de novembro de 2013, solenidade de
Cristo Rei. Será um momento de graça e de empenho para uma mais plena conversão
a Deus, para reforçar a nossa fé n’Ele e para anunciá-Lo com alegria ao homem
do nosso tempo”.
No mesmo dia, na oração
do Angelus, o Papa especifica este primeiro anúncio: “Considero que,
meio século após a abertura do Concílio ligado à feliz memória do Beato Papa
João XXIII, seja oportuno chamar à beleza e à centralidade da fé, à
exigência de reforçá-la e aprofundá-la a nível pessoal e comunitário, e fazê-lo
numa perspetiva não tanto celebrativa, mas antes missionária, na
perspetiva precisamente da missão ad
gentes e da nova evangelização”.
2. A renovação da fé,
prioridade no empenho de toda a Igreja
O Ano da Fé foi, pois,
convocado por Bento XVI para celebrar o quinquagésimo aniversário da abertura
do Concílio Vaticano II e o vigésimo da promulgação do Catecismo da Igreja
Católica. Porém, a intenção do Papa não é limitar-se a uma simples comemoração
histórica através de sessões académicas ou eventos mediáticos bem organizados. O
objetivo é que esta comemoração seja vivida como uma grande renovação do ato de
fé da Igreja no seu conjunto, de cada um dos seus membros e de cada comunidade
cristã. Está bem presente a intenção explícita de chamar à centralidade e à
beleza da fé em perspetiva missionária, isto é, no desejo de propô-la a todos
como fonte de vida boa, verdadeira, bela, plena, feliz.
Com
esta iniciativa, o Santo Padre procura responder a uma profunda crise de fé que
atravessa o mundo e atingiu muitas pessoas e a própria Igreja. Neste sentido,
numa alocução à Congregação da Doutrina da Fé, Bento XVI vê no Ano da Fé “um
momento propício para voltar a propor a todos o dom da fé em Cristo
ressuscitado, o luminoso ensinamento do Concílio Vaticano II e a preciosa
síntese oferecida pelo Catecismo da Igreja Católica”. E justifica: “Como
sabemos, em vastas zonas da terra, a fé corre o risco de apagar-se como uma
chama que não encontra mais alimento. Estamos diante de uma profunda crise
de fé, de uma perda de sentido religioso que constitui o maior desafio para a
Igreja de hoje. A renovação da fé deve ser, pois, a prioridade no empenho de
toda a Igreja nos nossos dias. Desejo que o Ano da Fé possa contribuir, com
a colaboração de todas as componentes do Povo de Deus, para tornar Deus de novo
presente neste mundo e abrir aos homens o acesso à fé, para confiar-se àquele
Deus que nos amou até ao extremo (cf. Jo 13, 1) em Jesus Cristo crucificado e
ressuscitado”.
Este Ano insere-se,
ainda, num contexto mais amplo de uma crise generalizada que investe também a
fé. As gigantescas
transformações culturais e sociais do nosso tempo têm consequências visíveis
também na dimensão religiosa. O Ocidente esquece ou rejeita o património
espiritual e moral das suas raízes cristãs. Muitos batizados perderam a sua
identidade e pertença cristã e eclesial. Assistimos à erosão da memória da fé.
“Os elementos fundamentais da fé, que antes qualquer criança sabia, são cada
vez menos conhecidos. Para poder viver e amar a nossa fé, para poder amar a
Deus e chegar, portanto, a ser capazes de escutá-Lo de modo justo, devemos
saber o que Deus nos disse; a nossa razão e o nosso coração hão de ser
interpelados pela sua Palavra” (Bento XVI).
Acresce
que em certos ambientes existe uma hostilidade subtil em relação ao
cristianismo como sendo uma subcultura ultrapassada, ou em relação aos cristãos
como cidadãos de segunda série, submetidos ao desprezo ou ao ridículo – a chamada
cristianofobia. É o martírio quotidiano, segundo a expressão de Kierkegaard: “Se hoje Cristo tivesse que
voltar, não o poriam na cruz, mas pô-lo-iam a ridículo”!
Muitas comunidades
cristãs ainda não se aperceberam plenamente do alcance e da dimensão da crise,
gerados por este clima cultural dentro e fora da Igreja. Bento XVI identificou
na crise da fé o desafio epocal que a Igreja deve enfrentar. O problema da
renovação da Igreja não está tanto no défice organizativo, mas no défice de fé.
Todo o Povo de Deus é
chamado a fazer face ao desafio do futuro da fé reencontrando um novo impulso e
uma nova vitalidade. Neste sentido, o Papa Bento XVI escreveu uma Carta
Apostólica intitulada “Porta da Fé”, que é uma meditação profunda e bela sobre
o que é necessário para viver com coerência o Ano da Fé. Aí nos diz que, na
presente situação cultural, a fé não pode ser dada como um pressuposto
adquirido. Afirma “a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer
brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro
com Cristo” (n. 2). Mais à frente, o Papa lança o desafio: “É necessário um
empenho eclesial mais convicto a favor de uma nova evangelização para descobrir
de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé... A fé cresce quando é vivida como
experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de
alegria” (n. 7).
3. O Tesouro da Fé,
Dom para Todos
Evocando uma bela imagem
dos Atos dos Apóstolos (cf. 14, 27), o Papa começa assim a sua Carta
Apostólica: “A porta da fé, que introduz na comunhão com Deus e permite a
entrada na sua Igreja, está sempre aberta. É possível cruzar este limiar,
quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça
que transforma. Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura
a vida inteira” (n. 1).
3.1. A fé vivida como
experiência de um amor recebido
A fé – participação na
própria vida de Deus que é Amor – não é uma experiência inacessível, nem muito
menos supérflua de tal modo que sem ela tudo fique na mesma. Verdadeiramente,
com Deus ou sem Deus tudo muda na vida. Acolher o dom de Deus não só é
possível, mas é também realizador e belo para cada pessoa.
A fé é possível porque
Aquele que nos fez para Ele, criando-nos livres e chamados a amar no mais
profundo do nosso ser, veio ao nosso encontro na história da salvação, a ponto
de não poupar o próprio Filho e oferecê-Lo por todos nós. É este dom
inesperado de Deus que abre à experiência vivificante de comunhão com Ele.
Isto que parece impossível à pequenez e fraqueza humanas, torna-se possível
graças ao dom de Deus. Este Amor é o seio em que a fé vem ao mundo: fá-la
surgir e alimenta-a.
Redescobrir este dom,
celebrar a sua beleza, abrir novamente de par em par as portas do próprio
coração a Cristo, é querer ser verdadeiramente humanos, livres e realizados no
cumprimento do projeto divino de salvação. Compreender cada vez mais e viver
cada vez melhor esta graça é a primeira finalidade do Ano da Fé. Esta
finalidade abrange todos os batizados e deseja despertar cada um do torpor em
que tenha caído o seu amor a Deus, acendendo em todos o renovado desejo do seu
Rosto e a experiência do encontro vivificante com Ele.
Com a referência
explícita aos 50 anos da abertura do Concílio, Bento XVI quer fazer-nos
compreender que esta foi também a primeira e verdadeira finalidade do Concílio
para responder às grandes transformações do nosso tempo. De facto, o Concílio
Vaticano II é para o Papa “a grande
graça de que a Igreja beneficiou no século XX” e “uma bússola segura para nos
orientar no caminho do século que começa” (n. 5). Foi e é, na verdade, um novo
Pentecostes, uma primavera do Espírito:
uma reserva de luz, de graça, de beleza da fé e da vida eclesial, de que
todos somos chamados a participar com nova consciência e novo impulso.
Precisamente assim, o
Ano da Fé responde a uma segunda finalidade: anunciar ao mundo, de modo
renovado, a beleza de Deus, especialmente a quem não a conheça ou se sinta estranho à comunhão com
Jesus e o seu Evangelho, vivido na Igreja.
3.2 A fé comunicada
como experiência de graça, beleza e alegria
Bento XVI, ao relançar o
empenho da nova evangelização, não hesitou em falar de uma crise disseminada,
que pesca no mar da pretensão moderna da autossuficiência sem Deus, que confia exclusivamente
nas forças humanas, ou no mar da desilusão, do desencanto e da desorientação
gerados pelos falhanços históricos desta pretensão do progresso sem Deus.
Trata-se do chamado “eclipse de Deus”, em que Ele é excluído do horizonte de
muitas pessoas, marginalizado da cultura e da consciência pública. Assiste-se à
perda do desejo e do gosto de Deus, que leva muitos, mesmo cristãos, a viverem
“como se Deus não existisse”, como se fosse um Deus longínquo que não se
interessa pelos homens, nem desperta nos homens qualquer interesse por Ele.
É
esta “noite do mundo” que o Papa adverte como dor e desafio atual e decisivo. E
o seu amor aos homens leva-o a relançar-lhes a proposta da Boa Nova, a pedir a
toda a Igreja o sobressalto de uma nova evangelização, em cuja base está este
“amor ferido”, este desejo vivo e angustiado de irradiar sobre todos a bondade,
a verdade e a beleza de Deus. Isto só acontecerá se os crentes se abrirem mais
intensamente ao dom de um coração novo, capaz de cantar o cântico da vida nova
que vence a morte. O Ano da Fé pede pois aos batizados para se tornarem
novos, para dizerem a todos a novidade da beleza de Deus e atrair os corações à
meta do seu desejo mais verdadeiro e profundo: ver o Seu Rosto Santo e
Misericordioso!
Dar
testemunho luminoso e credível da alegria que o encontro com Cristo comunica à
vida é a consequência natural de uma fé viva, adorante e enamorada de Deus,
como nos faz compreender a Primeira Carta de Pedro: “Adorai o Senhor, Cristo,
nos vossos corações sempre prontos a responder, com doçura, respeito e retidão
de consciência, a quem vos pede razão da
esperança que está em vós” (3, 15).
O grande teólogo alemão
do século passado Karl Rahner dizia muito certeiramente: “À nossa Igreja
sobram-lhe papéis e faltam-lhe testemunhas. A primeira coisa que nos falta para
que surjam testemunhas é a experiência de Deus... Temos de reconhecer, sem
dúvida, a pobreza de espiritualidade na Igreja atual. Sobram-nos palavras e
falta-nos a Palavra”.
Por sua vez, Bento XVI
adverte: “Num tempo em que Deus se tornou para muitos o grande Desconhecido e
Jesus simplesmente uma grande personagem do passado, não haverá relançamento da
ação missionária sem a renovação da
qualidade da nossa fé e da nossa oração; não estaremos em condições de oferecer
respostas adequadas sem um novo acolhimento do dom da Graça; não saberemos
conquistar os homens ao Evangelho se não voltarmos nós mesmos, em primeiro
lugar, a uma profunda experiência de Deus... É sempre importante recordarmos
que a primeira condição para falar de Deus é falar com Deus, tornar-se cada vez
mais homens de Deus, alimentados por uma intensa vida de oração e plasmados
pela sua graça”.
Celebrar a fé,
redescobrir o seu encanto e a sua força, será inseparavelmente anunciá-la a
cada homem, a todo o homem, para que o seu coração possa saborear no tempo algo
da vida eterna revelada e dada em Cristo Jesus e a porta da fé se abra a
quantos quiserem atravessá-la para o encontro com Ele. A fé é bela porque
torna bela a vida e é fonte de autêntica alegria.
Se o
mundo não crê, deve-se, em parte, ao facto de que o nosso testemunho não é tão
forte, convicto e alegre como devia ser. Não basta uma repetição cansada de
fórmulas e tradições do passado. É o estilo de vida que faz a diferença sobre o
sentido da existência, o valor e o respeito da pessoa e da vida humana, o
verdadeiro matrimónio entre um homem e uma mulher, a família, a busca da
Verdade e o viver nela, o empenho na transformação do mundo, sobre a morte e a
vida para além da morte... Como dizia o grande artista catalão e cristão,
Gaudí: “A minha vida é a minha mensagem”.
Se hoje acreditamos,
se hoje a gente das nossas terras ainda está aberta à fé, se numa sociedade
secularizada não faltam sinais autênticos do Evangelho, devemo-lo a tantos
homens e mulheres que nos ofereceram um testemunho autêntico e alegre de fé e
amor, mesmo em tempos difíceis, a começar pelos nossos pais, familiares,
catequistas, sacerdotes.
4. Novo impulso para
um modo novo de ser cristão e de ser Igreja
O Ano da Fé é também uma
bela ocasião para fazer uma revisão da vitalidade da fé das nossas comunidades
e da receção do Concílio. De modo concreto e prático, queremos fazê-lo a
partir do percurso pastoral nos anos após o Sínodo Diocesano. Para esse efeito,
oferecemos uma grelha de leitura e discernimento.[1]
Neste exame de
consciência pastoral, também nos podemos inspirar num notável discurso do Santo
Padre à Cúria romana em que, a partir das Jornadas Mundiais da Juventude, nos
oferece cinco linhas-guia para um modo novo e rejuvenescido de ser cristão e
de ser Igreja no Ocidente onde se sente o cansaço da fé e o tédio de ser
cristão. Ei-las:
- a experiência da Igreja como
fraternidade, em que
a própria “liturgia comum constitui uma espécie de pátria do coração e nos une
numa grande família”. Resulta de todos nos sentirmos tocados pelo mesmo Senhor.
É uma experiência comum que gera alegria;
- a beleza da generosidade de ser para os
outros, dando-se aos outros benévola e gratuitamente: dando uma parte do
seu tempo, do seu trabalho, da sua vida, de si mesmo. Dá uma consolação de
felicidade. Fazer o bem é belo; ser para os outros é belo. “Há mais alegria no
dar que em receber”: o voluntariado é um belo exemplo disso;
- a adoração de Cristo Ressuscitado na
Eucaristia como Deus
no meio de nós, para nós e connosco, Deus íntimo a nós;
- a celebração da misericórdia e do perdão
que nos purifica e limpa do nosso egoísmo, que renova e reabre o nosso coração
a Deus e aos irmãos, que desperta em nós o dinamismo da reconciliação e a força
para resistir ao mal e vencê-lo;
- a alegria que nos vem da fé, da certeza de sermos queridos,
aceites e amados por Deus e de nos confiarmos ao seu amor. A fé faz-nos felizes
por dentro, mesmo em tempos difíceis. É uma experiência maravilhosa.
5. Linhas de ação
pastoral
Eis à nossa frente um ano
para redescobrir, celebrar, viver e testemunhar o dom da fé e sentir, de modo
novo, o impulso e a paixão para tornar os outros participantes deste dom, no
respeito e amor por cada um. Neste sentido, com o contributo dos vários órgãos
diocesanos de consulta, a quem agradeço, traçámos algumas linhas de ação
pastoral.
Como tema geral, achámos pertinente sublinhar o dom
divino e precioso da fé, a sua universalidade e atualidade: “O
Tesouro da Fé, Dom para Todos”. De facto, a fé é definida como “dom
muito mais precioso do que o ouro” (1 Pe 1, 7). E o Reino de Deus, acolhido na
fé, é semelhante a um “tesouro” e a uma “pérola preciosa” (Mt 13, 44.46). A
primeira pergunta que o cristão deverá colocar-se é se considera
verdadeiramente um tesouro, se considera precioso o dom da fé, ou se não o sabe
apreciar e o banaliza.
Como lema bíblico, escolhemos a frase de S. Paulo “Pela
fé caminhamos...” (2 Cor 5,
7), a lembrar-nos que somos peregrinos na fé, chamados a caminhar com o olhar
fixo em Cristo, “autor e consumador da nossa fé”: na sua companhia, na sua luz,
na sua Palavra, na força do seu Espírito, a perseverar no meio das
dificuldades, até à Plenitude da Vida na ressurreição.
Como símbolo, retomámos a imagem do Sínodo Diocesano:
um povo de peregrinos, caminhando juntamente com todo o Povo de Deus,
numa comunhão de solidariedade em que todos somos apoio uns dos outros e dando
testemunho da fé para levar ao mundo a luz e a alegria de Cristo.
Como objetivos a alcançar, propusemo-nos os três seguintes:
1) Redescobrir a alegria de acreditar em Jesus Cristo; 2) Avivar o entusiasmo
pelo testemunho e anúncio da fé; 3) Avaliar a vitalidade das comunidades
cristãs à luz do percurso pastoral dos últimos anos.
A nível diocesano, destacamos
três momentos significativos para celebrar o Ano da Fé: a abertura solene, no dia
14 de outubro de 2012, com a assembleia diocesana nos claustros da Sé e a celebração
eucarística; a Festa da Fé, em edição renovada, na cidade de Leiria, nos
dias 31 de maio, 1 e 2 de junho de 2013; e o encerramento festivo, a 24
de novembro de 2013, com a celebração da Eucaristia na Sé, na Solenidade de
Cristo Rei.
Em ordem à realização de
cada um dos objetivos indicados propomos, sumariamente, uma série de
iniciativas, dinamismos e ações a implementar a nível diocesano, vicarial,
paroquial ou comunitário pelos vários agentes da pastoral, comunidades,
movimentos, grupos, associações, departamentos, apelando à criatividade
pastoral e à comunhão de esforços entre todos.
5.1.
Para redescobrir a alegria de acreditar em Jesus Cristo:
- o
“Retiro para o Povo de Deus”, durante a Quaresma, na forma de lectio divina,
sobre temas e figuras exemplares de fé;
- proposta
de retiros periódicos e específicos para avivar a fé, especialmente, na preparação
dos crismandos;
- celebração
comunitária da profissão de fé (o credo) do Povo de Deus, ao modo da antiga
“traditio symboli” dos catecúmenos na Quaresma, com uma catequese própria
elaborada pelo Bispo: “Creio, mas aumenta a minha fé”. Não basta recitar o
credo; é preciso compreendê-lo em profundidade. Rezamos ou cantamos o credo
porque é uma proclamação da fé em Deus-Amor, um ato de louvor, um
reconhecimento de ação de graças;
- divulgação e estudo do Catecismo
da Igreja Católica ou do Compêndio (resumo) do mesmo e do YouCat (Catecismo Jovem da Igreja Católica) nas escolas da fé ou em
encontros de grupos, como subsídios preciosos para o conhecimento dos conteúdos
da fé e para guiar ao encontro com Cristo;
- incentivar
a participação na Escola Diocesana Razões da Esperança e nas propostas
formativas do Centro de Formação e Cultura;
- conhecimento
mais aprofundado do Concílio Vaticano II, em oito encontros, num curso
oferecido no Centro de Formação e Cultura;
- especial
cuidado na celebração e na formação litúrgicas. A Liturgia desde sempre
celebrou, guardou e transmitiu a fé; é a ação mais eficaz da Igreja, o ato mais
educativo da fé. Ela exprime e plasma a fé de cada um e da comunidade. Para uma
boa experiência litúrgica, requere-se competência e atenção, dedicação de tempo
e adequada disposição espiritual, amor apaixonado a Cristo e aos seus
mistérios, dignidade e beleza para não cair na banalização.
- experimentar
fazer a oração do Terço, sobretudo nos meses de outubro e maio, de modo
renovado, com fervor, devoção e confiança, meditando no próprio coração as
palavras que se rezam e os mistérios que se contemplam, na perspetiva do Ano da
Fé: “A oração do Terço permite-nos fixar o nosso olhar e o nosso coração em
Jesus, como sua Mãe, modelo insuperável da contemplação do Filho” (Bento XVI).
5.2. Para avivar o entusiasmo pelo testemunho e anúncio da
fé:
- a
“tenda da fé”: promover tertúlias ou serões de diálogo e partilha sobre a fé,
em grupo. As pessoas têm necessidade de ocasiões e lugares onde possam falar,
com à-vontade e liberdade, de modo coloquial, da sua nostalgia interior, das
suas ânsias, experiências, dúvidas, dificuldades, interrogações e dramas, para
que se faça a luz da fé;
- nesta
sequência, sugere-se a leitura pessoal ou em grupo das “Confissões” de Santo
Agostinho, porque aí está descrito um caminho de fé com todas as dificuldades,
as suas crises e os seus entusiasmos. É um caminho sugestivo e interpelador
para o homem contemporâneo;
- iniciativas
de diálogo da fé com a cultura e o mundo fora do templo e dos círculos
habituais. Se não dialogarmos com a sensibilidade dos homens e das mulheres de
hoje, corremos o risco de ter um tesouro e não saber ou poder oferecê-lo. Nesta
perspetiva, o Centro de Formação e Cultura e o Departamento Diocesano do
Património Cultural propõem-se realizar duas iniciativas em tempo oportuno;
- “olhares
sobre a fé a partir da arte” como via
catequética da beleza capaz de abrir a porta da fé. Nesta linha, o Departamento
Diocesano do Património Cultural vai organizar alguns percursos ou roteiros por
toda a Diocese;
- aproveitar o recurso dos cursos Alpha ou outras
propostas existentes na Igreja para primeiro anúncio;
- valorizar
a figura e a formação do catequista como testemunha enamorada de Jesus Cristo;
- dedicar
especial atenção à transmissão de fé na família;
- valorizar
as celebrações dos ritos de iniciação ou de passagem (ex. batismos, bênção das
grávidas ou dos bebés, funerais ou memória dos defuntos), como ocasiões
propícias para tocar o coração e a mente de pessoas porventura distantes da fé;
- promover
o voluntariado missionário ou da caridade;
- a
realização da “Festa da Fé” dentro da cidade dos homens: 31 de maio, 1 e 2 de
junho de 2013.
5.3. Para avaliar a vitalidade da fé das comunidades cristãs
à luz do percurso pastoral dos últimos anos:
- encontros
vicariais para os principais agentes pastorais sobre o Concílio Vaticano II: “A
graça e as graças do Concílio para a renovação da fé e da Igreja”, com a
presença do Bispo diocesano;
- apresentação
e reflexão sobre os dados do recenseamento da prática dominical na Diocese;
- avaliar
a nível paroquial, vicarial e diocesano o impacto do Projeto Pastoral Diocesano
para 2005-2012, segundo a grelha que se apresenta em anexo. Quais as principais
iniciativas que surgiram como fruto da caminhada nestes anos?
Uma
das propostas do Santo Padre para o Ano da Fé é fazer do Credo a oração diária,
aprendida de memória, como era costume nos primeiros séculos do cristianismo,
segundo o testemunho de Santo Agostinho: “Recebei a fórmula da fé que é chamada
Símbolo. E quando a receberdes, imprimi-a no coração e repeti-a, cada
dia, interiormente. Antes de adormecer, antes de sair, tende o Símbolo
convosco. Ninguém escreve o Símbolo com a única finalidade de ser lido, mas
para que seja meditado”. O Símbolo ou Credo dos Apóstolos será, pois, a oração
que nos acompanhará neste ano pastoral.
6. Nossa Senhora
acolhe-nos à porta da fé
A Virgem Maria, Mãe da
Igreja, proclamada “feliz porque acreditou”, é o ícone, por excelência, da fé de todo o crente, onde se reflete a
beleza e a alegria da fé. Ela acolhe-nos à porta da fé, introduzindo-nos
na intimidade do mistério de Deus em Cristo, tal como fez com os Pastorinhos de
Fátima. Também a nós, hoje, diz como a eles: “Não tenhas medo... O meu Imaculado
Coração será o caminho que te conduzirá até Deus”, como reza o lema deste ano
da comemoração do centenário das Aparições de Fátima. À sua materna intercessão
confiamos o bom êxito do ano pastoral.
Leiria, 8 de
setembro de 2012, Festa da Natividade de Nossa Senhora
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